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21 de jan. de 2011

Diário de uma empregada

Hoje de manhã , fui à feira.

Antes de sair, meu patrão me pediu para eu trazer figo.

Aí eu perguntei:

— Figo fruta ou bife de figo?

O homem ficou uma fera!

Gente fina, seu Adamastor… num ligo não. Ele tem sistema nervoso.

Também, com um emprego chato daqueles, vou te contar. Ele é Fiscal da Receita. Deve ser um saco ficar conferindo receita de médico o dia inteiro.

Depois chegou o Adamastorzinho, o filho mais novo deles. Acabou de ganhar um carro todo equipado. Tem roda de maionese, farol de pilha, teto ensolarado e trio elétrico. Não sei porque trio elétrico num carro, deve ser porque ele gosta de música baiana. Ingrato esse Adamastorzinho. Fiz a comida preferida dele e ele ainda me chamou de burra. Eu disse a ele, toda boba, quando ele chegou:

— Adamastorzinho, adivinha a comida que eu fiz pra você?

— Qual, Dircinéia?

— Começa com "i"…

— I?

— É, iiiiiii!

— Sinceramente, não sei.

— Pensa: iiiiiiiii...

— Huuuummm, desisto.

— Istrogonofi!

Aproveitando a ausência dos patrões, Dircinéia pega o telefone e fofoca com a amiga Craudete:

— Cê num sabe da úrtima? Eu discubri que aqui nessa mansão que eu trabaio é tudo fachada!

— Como assim, Dircinéia? — pergunta a colega, confusa.

— Nada aqui é dos patrão! Tudo é imprestado! Tudo! Cê cridita numa coisa dessas?
Óia só: a rôpa que o patrão usa é dum tal de Armani.. a gravata é dum tal de Perre Cardine… os moveis são do tal Luis Quinzi, o carro é de uma tal de Mercedes… nadica de nada é deles.

— Nooooossa, que pobreza!

— E além de pobre, eles são muito ixibidos, magina que ôtro dia eu escutei o patrão no telefone falando que tinha um Picasso.

— E num tem?

— Que nada, fia… é piquinininho de dá dó!

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